A pandemia que ainda vivemos evidenciou o grande papel desempenhado pelas empresas no bem-estar social, seja na preservação de empregos, manutenção de cadeias de fornecimentos essenciais e também pelo financiamento de ações pro bono. Embora o SUS um dos maiores e mais complexos sistemas de Saúde Pública do mundo, a articulação com entidades privadas e do terceiro setor foram determinantes para evitar um colapso geral dos atendimentos. Somente em resposta à COVID-19, até o momento já foram contabilizados mais de R$ 6 Bilhões em doações, sendo o empresariado responsável por 82% deste número, conforme o www.monitordasdoacoes.org.br.
Infelizmente, a crise sanitária é somente uma das crises que acomete o Brasil. A violência contra a Mulher é uma chaga mais antiga, letal e silenciosa, vitimizando milhares de mulheres ano após ano e ainda não existem motivos para acreditar num horizonte mais favorável.
O isolamento social e crise econômica fizeram disparar as ocorrências de violência doméstica, um aumento de 40% somente no canal do Disque 180. Na contramão da história, o orçamento de políticas públicas para mulheres vem diminuindo drasticamente, como apontou levantamento do Estado de S. Paulo, em 4 de fevereiro passado.
Diante desse cenário, inegável a demanda por ações privadas para o enfrentamento da violência contra a mulher, inclusive no âmbito interno das empresas. A percepção desta responsabilidade social das empresas e o seu valor para o engajamento de colaboradores e consumidores não é novidade para algumas grandes corporações.
Entretanto, esta consciência e oportunidades viáveis de ação devem mirar também companhias de menor porte, tais como as empresas de Médio e Pequeno Porte que respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no Brasil.
Acreditamos na força da sociedade civil organizada e da adoção que práticas de capitalismo consciente que nos aproximem do país que sonhamos ser.